Retrospectiva Lars von Trier na Cinemateca

09out11


Um dos lugares mais charmosos e interessantes da cidade, a Cinemateca, recebe mostra do diretor dinamarquês Lars von Trier (foto). Longas como Os Idiotas (1998),  Dançando no Escuro (200), Dogville (2003), e os mais recentes Anticristo (2009) e Melancolia (2011) constam da programação, que vai de 4 a 20 de outubro.

Kirsten Dunst em cena de Melancolia (2011)

Björk versus von Trier, o filho de nudistas
São incalculáveis as polêmicas que rondam vida e obra do diretor. Filho de nudistas radicais, Lars von Trier teve uma educação liberal, onde lhe era dado poder de decisão absoluto. Ir ou não ir às aulas, por exemplo, cabia ao pequeno Lars.

No Festival de Cannes deste ano, Lars foi considerado persona non grata após ter dito em uma entrevista coletiva que entendia os nazistas. Se retratou e tudo mais, mas voltou pra casa sem participar da festança.

Dançando no Escuro (foto), filme que traz como protagonista a cantora islandesa Björk, foi elogiado pela crítica na época do lançamento, mas o que virou manchete, de fato, foram as declarações da moça. Durante os 18 meses de gravação, os dois entraram constantemente em atrito. Fosse pelo número de repetição de cenas ou pela alma workaholic do diretor, tudo parecia motivo para que a coisa não engrenasse. De início, Björk seria responsável apenas pela trilha do filme, que deu-se no álbum Selmasongs (veja a capa). Acabou virando a protagonista e levando pra casa a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Porém, após os três anos dedicados ao filme, Björk jurou nunca mais se arriscar na sétima arte.

A despeito de todos os bafafás que rondam a produção do longa, Dancer in the Dark, no título original, é um filme delicado, que conta a história de Selma, uma tcheca que mora nos Estados Unidos. Portadora de uma deficiência visual que está a levando à cegueira, resolve juntar dinheiro para tratar o filho, que certamente desenvolverá a mesma doença.

Esqueça o fato de gostar ou não de Björk
Exceto pelos momentos musicais – insuportavelmente bregas – , Lars von Trier leva à tela situações conflituosas e frágeis. Björk faz uma atuação delicada. Esqueça o fato de gostar ou não gostar de sua música.

O desfecho, estarrecedor, foi muito bem definido pelo New York Times (leia a resenha), durante o lançamento da película: “No fim, você termina exatamente onde começou: no escuro”.

Confira a programação completa

Serviço
Retrospectiva Lars Von Trier
Quando: de 4 a 20 de outubro de 2011
Quanto: R$8 inteira e R$4 meia
Onde: Cinemateca  Brasileira – Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino, São Paulo – SP – Tel: (11) 3512-6111



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